Já percebeu que você não fala vinte e cinco? Você fala vinte cinco. Esse é só um pequeno exemplo de como a fala é diferente da escrita, e por isso as pessoas acabam falando “errado”. E quando trazem esse “erro” pra escrita, meu Deus do céu, é o fim do mundo.
Outro “erro” que é super condenado é trocar mais com mas. Cara, você fala “mais” nos dois usos! Pode perceber. Por isso a gente acaba levando isso pra escrita. O som é o mesmo. Você escreve nós, mas fala nóis, escreve arroz, mas fala arroiz. Não é mesmo?
“Agente” é outro massacrado quando usado no lugar de a gente. Mas você fala: “Ontem, a espaço gente foi no cinema”. Não né? Quem não tem o hábito de leitura, ou não terminou a escola, ou já terminou a escola há muito tempo e não vive mais escrevendo e lendo, acaba cometendo esses erros na escrita porque na fala não tem diferença. Quando você vai escrever algo, em geral você lê em voz alta o que escreveu pra ver se não soa estranho. Como agente x a gente vai ter sons diferentes?
As pessoas não são obrigadas a escrever corretamente nas redes sociais, por exemplo. Você não é obrigado a vestir roupas formais quando vai sair com seus amigos. Por que exigir da escrita o mesmo? Nós não podemos julgar o caráter de alguém pela maneira que a pessoa se veste, então por que julgamos por sua escrita? Um erro ou outro acontece aqui e ali até com quem tem doutorado em língua e portuguesa porque todos cometemos erros.
O título do texto não tem nada a ver com o texto, ou tem? Vinte e cinco de março pode ser vinte cinco de marso/marsso. O som da escrita “errada” é o mesmo som da “certa”. Para ler um pouco mais sobre o assunto de erros tanto na fala quanto na escrita e o preconceito que temos com as pessoas que os cometem, sugiro o livro “Preconceito Linguístico”, de Marcos Bagno.